domingo, 23 de setembro de 2012

Síndrome das 18:30 Hrs



Como tenho lido em outros Blogs a gente acaba desenvolvendo patologias muito particulares, principalmente quando se trata do sintoma depressivo que nos acometemos quando temos o TDAH. Eu desenvolvi em mim um sintoma que tratei de colocar no título como uma patologia especifica, mas algo que no meu caso preciso investigar as causas, porquê passo por isso, mas acredito que a hora varie em outros TDAHs mas alguns desenvolvam mesmo sintoma.

Quase todos os dias chega um horário que meu peito "trava", me angustio além do suportável, sensações de peso no estomago, respiração forçada e quando vou olhar no relógio para anotar no caderno que levo as sessões de análise eis meu espanto: "o relógio está marcando 18 e 30 Hrs".

Faço uma auto análise o que poderia ter me traumatizado nesse horário e não encontro um motivo forte que justifique. Penso que seriam compromissos do dia que estão implícitos no subconsciente e que não atendi, mas minha outra surpresa, as piores crises acontecem no sábado e domingo.

Há dias que tento me policiar a não tomar Olcadil e em meia hora sintomas amenizam, mas principalmente nos finais de semana estou me obrigando a tomar senão minha vida parece sair completamente dos trilhos. Na última sessão já comentei com o Dr. e já esta anotado que devo tocar novamente no assunto, se houver alguma explicação lógica com certeza venho aqui postar e quem sabe outros que estão passando por isso consigam perceber em si as causas.

Aproveitando falei aqui e lembrei que ia comentar algo que tem funcionado muito bem na caminhada do tratamento: desde início das sessões de terapia com o psiquiatra tenho uma pasta e um caderno exclusivos do tratamento, ali sempre anoto logo que chego da consulta, a data, o que conversamos, o que ficou combinado para próxima e o mais importante, deixo ele a mão e conforme sinto algo, algum fato inesperado acontece, o que fiz para melhorar minha condição vai tudo anotado no caderno. Na sessão já nos acostumamos a destinar um tempo para ler essas anotações e discutir.

Impressiona o que vemos atraves do folhear do caderno, enxergo minha evolução no tratamento, aonde estou cometendo os mesmo erros, onde progredi, regredi. Aconselho esse exercício. Além do mais a pasta ainda guarda todos materiais de leitura que ganhei do Dr. Marcos, exames. Ta tudo ali, não me perco quando vou a consulta, só passo a mão na pasta e saio completo para análise.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Descontração do dia

Um momento leve para descontrair, não é piada, mas acho que podemos tirar boas risadas da gente mesmo e acredito que somente quem convive com o TDAH entenderá umas sacadas engraçadas que as vezes posso colocar aqui no Blog.

Sem intuito de pejorar ou nos deprimir, pelo contrário, como somos irmãos nessa caminhada rir de nós mesmos é uma forma de tornar menos difícil nosso processo de auto descoberta:

Então: Desde o início das minhas postagens tenho lido outros Blogs, adicionado os que to seguindo, e geralmente comento ou parabenizo pela iniciativa... "até agora estou aguardando resposta ou algum comentário sobre os meus comentários e nada... vamos por Ritalina ou Concerta nesses corpos pessoal! Só nós mesmos pra entender que responder algo pode ser mais lento que uma GESTAÇÃO. kkk."

Abraços a todos e um bom dia!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

E Hoje?


Depois de períodos turbulentos e erros com a medicação por pura inexperiência minha aprendi lições importantes sobre a medicação psiquiátrica:

:: não existe medicamento psiquiátrico genérico, similar, de mesmo laboratório, a GRANDE verdade que o medicamento certo é prescrito com nome e sobrenome pelo médico, ou seja, o que for colocado na receita é o que vale (aprendi isso tomando medicação genérica e tendo efeitos bem desagradáveis por não ser o mesmo medicamento continuo);
:: a dosagem ajustada em terapia é a válida sempre, pensar que podemos reduzir ou quem sabe deixar de tomar um dia, só com o consentimento do médico (isto trouxe no meu caso o famoso "rebote" que me fez regredir no tratamento e procurar com urgência a terapia);
:: férias do tratamento é um período estipulado entre terapeuta e paciente, onde a medicação não pode parar, somente as visitas ao médico.

Com isso, me encontro ainda lutando pra me acertar interno e externamente, do inicio do tratamento até hoje a medicação foi sendo alterada, um processo de auto conhecimento sobre qual medicação atua melhor para minha pessoa. Descobri ainda que há remédios neutros (um grande acerto pois me livrou da culpa de um apetite voraz que estava me engordando e baixando mais ainda minha auto estima que nunca foi a melhor).

Hoje meu tratamento está baseado sobre 3 pilares: Reconter 20 mg (antidepressivo neutro que não me induz ao apetite voraz da Paroxetina, para mim o medicamento esta atuando muito satisfatório); a famosa Ritalina 10mg (meu alento do TDAH e me ajustei a tomar de 4 em 4 horas o que reduziu satisfatoriamente o custo da medicação) e Olcadil 2mg (para momentos de maior ansiedade, ele funciona muito bem para mim, tento não usá-lo como saída sempre, mas em outro post comento sobre um estado de ansiedade generalizada que o TDAH me faz sentir).

Ainda não considero que estou 100% mas isso é impossível, também não acho que estou em boa fase mesmo com a medicação, mas todo processo é lento, com o Blog estou lendo muito de outros blogueiros e descobri uma maneira fantástica de entender o que é CONVIVER COM TDAH.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

E agora?

Depois de receber o diagnóstico sobre o TDAH, onde como disse meu médico "pontuou alto" o que fazer?
O que é TDAH? Como agir? Estou inválido? Nunca poderei progredir? e mais perguntas infinitas sobre algo que fui apresentado de surpresa, até então nunca tinha ouvido falar.

Na verdade a consulta inicial e todo tratamento foi dado porque estava completamente angustiado e depressivo - sintoma mais agressivo e devastador que particularmente classifico - mas algo então precisava ser feito, tudo acumulando, não sabia como agir, cobranças e dívidas explodindo. Nossa uma fase muito difícil.

O interessante nesse processo que ao mesmo tempo que surgiam milhares de perguntas outras milhares de respostas eram sanadas: minha desatenção, minha péssima qualidade de registro de informações, meu esforço em vão desde inicio da vida pra atingir uma nota 10 e me contentar com média quase sempre, apesar do esforço e das horas de estudo serem intensas.

A medicação prescrita outro susto, pois não tendo condições de render financeiramente em tempo hábil, um preço mensal de remédios muito alto. Não culpando ao tratamento, que este estava perfeitamente ajustado, mas somando as medicações e análises eram um fardo.

Ainda mais quando em família que poderia receber algum apoio o desconhecimento deles sobre o TDAH tachavam de desnecessário todo investimento e não aceitavam a medicação... eu com minhas custas bancando e ainda desacreditado por todos. Isso é um fato que me angustia até hoje. Nunca quis que passassem a mão em minha cabeça mas um "colo de mãe", um apoio afetivo de pai sempre me auxiliaria, me tiraria a sensação errônea que estava passando. Me classificava como um Ogro, um ser sem capacidade de intelecto e sem esperança alguma com meu futuro.

A rotina seguiu tempos com  medicações antidepressivas, o famoso Concerta (que desconserta um bolso) mas tenho que admitir ser impressionante seu efeito, mas no meu caso "pontuando alto" não seria o mais simples, em acordo com o terapeuta ajustamos ao máximo de sua dosagem e o valor mais alto do medicamento até que não tive mais condições financeiras de seguir todo tratamento... assunto pra outra postagem pois como eu já está um texto muito grande, se são meus companheiros de TDAH essas horas já deixaram de prestar atenção no texto e o pensamento ta em outro lugar.

domingo, 9 de setembro de 2012

Diagnóstico

Bem vindos a primeira postagem de uma Blog recém criado dirigido a vida de pessoas, que como eu, são diagnosticadas com o famoso TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH, amigos, parentes e todos que de alguma forma convivem com este diagnóstico.

Uma verdade já digo: não coloco o TDAH de doença, pois muito ao contrário, eu chamando dessa forma contribuo na discriminação de algo que não escolhemos numa prateleira de supermercado estar assim, nem achamos legal ficar colocando rótulos.

Fui diagnosticado 12 Setembro de 2009, me dando conta que esse mês fecham 3 anos que sei que convivo e que é uma luta diária pra vencer muitas barreiras difíceis, mas talvez só quem esteja passando o mesmo que eu saiba do que falo. Por isso agradeço de coração ao meu médico Dr. Marcos Ferreira que desde então me me acompanha e auxilia a entender tudo que preciso. Esse Blog é um dos resultados disso, discutir e ter o compromisso de mantê-lo foi um pedido dele e hoje estou muito satisfeito de ter uma forma de externar minhas angústias e aprender com outras pessoas em seu blogs que não estou sozinho.

Agora começa uma fase importante pra mim demorou mas finalmente entendi a forma de conseguir me entender e ajudar para que sigamos vivendo, não é portanto uma "doença" pois não mata, não deforma, apenas nos responde o que éramos antes do diagnóstico.


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Quem sou eu

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Santa Maria, RS, Brazil
Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Cruz Alta (2003). Atualmente é mestrando da Universidade Federal de Santa Maria, na área de construção civil e conforto ambiental, profissional liberal já atuou junto a Administração Pública Municipal e membro diretivo da Sociedade de Engenharia e Arquitetura de Santa Maria - SEASM. Em outro Blog que gerencio administro uma discussão pessoal sobre outro aspecto de minha vida que a fez mudar de concepção e procurar ajuda e amizades no sentido de divulgar a importância de pessoas que como eu são diagnosticadas com TDAH (Deficit de Atenção).