Quarto do TDAH

Me ocorre de falar hoje sobre o quarto de um TDAH, as limitações e as dicas que podem auxiliar a ter uma dormitório organizado, o que para npis missão muito dificil. Sem alongar vou enumerar alguns fatos que podem auxliar a nossa melhor vivência:

1.       Sobre roupas que usamos uma boa alternativa é ter um cesto de roupas sujas no quarto outro no banheiro e se habituar a considerar sempre a roupa suja e não devolver ao armário se acha que ainda da pra usar mais um pouco (se fizer isso a organização interna do armário se desfez por completo), roupa tirada do armário não volta. Claro que se tiverem condições de usar ainda eu mantenho uma prateleira livre onde coloco todas ali e trato de usá-las em seguida pra colocar nos cesto.

2.     Tentar ser o mais “clean” em todos ambientes da casa. Não ter muito espaço de socar bagunça, ter locais com material específico decorativo, que não pode ser alterado. Isso me ajuda em que? Me obriga a dar um destino rápido a qualquer objeto sem utilidade, se não tenho onde colocar já reserva pra doação e até quem sabe lixo (no caso de revistas lidas e que não voltarei a ler).

Exemplo disso é meu quarto, por mais conforto que ele exija, eu tenho uma cama, um guarda roupas (com maioria em cabideiros, outro grande aliado para visualizarmos o que temos e evitar a bagunça das dobragens), um suporte de parede para tv e um bidê (que já esta com a gaveta pequena abarrotada de coisas porque foi o único local que não achei utilidade imediata).

3.    Destinar um tempo todos os dias, antes de dormir, para organizar alguma roupa fora do lugar ou aqueles limpas deixadas em cima da cama para guardar, não deixa para amanhã. O risco que corre é essa roupa limpa se misturar com alguma semi usada e até ir para lavagem sem ter sido usada (confesso que iss já aconteceu comigo).

4.     Não acumular roupas! Apliquei as teorias do Feng Shui (técnica milenar chinesa muito difundida para que busca harmonia e prosperidade) e confesso vem dando muito certo. “Para cada roupa nova que entra no armário sai outra usada direto pra doação”. Por exemplo tento mantar 3 calças jeans em bom estado, ai estou sempre usando uma, outra na lavagem e outra esperando armário limpa e pronta. Também evito acumular roupas gastas o que profissionalmente torna-se muito desagradável.

Ainda uma dica extra que tenho aplicado e não vou deixar de compartilhar de uma vez, mesmo que fora do tema de hoje:

5.  Com a difusão do celular ta muito fácil a pessoa te encontrar a qualquer hora do dia e ainda marcar compromissos com prazos de dias pelo simples falar do celular enquanto dirige por exemplo, nós TDAHs como lembraremos¿ Eu tenho uma tática como para pessoa é um compromisso único em relação aos teus penso sempre em que horário seria fácil ser lembrado novamente (quando estiver no escritório com a agenda a mão por exemplo), então peço a gentileza de me retornar a ligação no horário combinado ou antes um pouco do compromisso, me livro assim a obrigação de gravar mentalmente (essa me ajuda muito, confesso).

33 anos e já tenho minha cruz

Hoje comemoro 33 anos, idade famosa por ser atribuída a idade que Cristo foi crucificado. Mas mesmo nos dias de hoje sinto que tenho minha cruz, tentar melhorar a cada dia uma situação que não tive como escapar muito menos pequei para que isso acontecesse. Mas ficar desanimado? Sem perspectiva? Melhor é pensar no que farei para não ser crucificado também.

Aproveito e faço minha lista de prioridades, tento resgatar o que já conquistei, o que posso conquistar e auxilio aos leitores do Blog a tentarem fazer suas listas como uma exercício bacana de auto conhecimento:

1. O que conquistei até agora?

União familiar e meu entendimento pleno com meu pai, que só foi possível quando entendi porque ele me fazia muitas cobranças e eu não atendia pela minha condição. Ele também no momento que entendeu o TDAH soube que não dependia somente de mim e resgatou nossa amizade. Até porque os anos passaram e ele hoje enxerga o quanto perdeu trabalhando hiperativamente e não tendo momentos nossos, hoje ele está muito mais próximo.

Ainda conquistei uma profissão, que pode não ser a mais rentosa, de acumular fortunas, mas hoje consigo ter meu sustento moderado sem me sentir um inútil.

Estou morando em casa ainda mas aceitando a situação e achando muito boa, não me culpo mais por isso, até prefiro e acho muito mais saudável para mim.

2. O que ainda quero conquistar?

Sei que não adianta desejar fortunas nem grandes acontecimentos, então aceitei isso e cada vitória por menor que seja já é comemorada e me faz feliz.

Quero ainda meu canto, um local pequeno, aconchegante, minha individualidade, mas não fico mais ansioso de quando isso possa acontecer.

Quero viajar, para qualquer lugar, mas enriquecer meus olhos com novas paisagens.

Quero aperfeiçoar minha profissão, me tornar especialista e profundo entendedor de um ramo específico, isso me ajudará a não ter ansiedade em precisar saber de tudo, e trabalhar exatamente onde me sinto confortável e algo que sou apaixonado.

3. O que não conquistarei?

Não serei um exemplo da humanidade, um dos mais ricos do mundo, uma celebridade. Mas isso não almejo de verdade, acho que conviver com simplicidade e tendo o básico para me tornar feliz é o que desejo.

Não sofrerei por relacionamentos falidos, não terei alguém do meu lado por comodismo.

Ainda sobre esse exercício que fiz como sugeriu meu grande amigo Dr. Marcos, hoje já não o considero mais meu médico, porque temos uma cumplicidade maior que muitos amigos meus temos na verdade 3 GRANDES IDEAIS de vida, temos que enumerar e sem pressa. esses 3 são o máximo que qualquer pessoa pode almejar. Façamos assim um exercício mental. Eu mesmo tenho no meu caderno anotado, e conforme vejo que aquele desejo se torna recorrente no meu dia a dia coloco como ideal  Confesso que até hoje só completei dois, ainda me falta um. Impressionante como esse limite nos faz repensar e concluir o que é mesmo importante a nossa vida. Outra dica tirada das sessões: o dia é feito para atender NO MÁXIMO 6 COMPROMISSOS, mais que isso não temos condição, então não adianta lotar a folha da agenda que só iremos notar que atenderemos no máximo 6, isso nos ajuda a organizar as prioridade do dia e o que podemos delegar ao outro dia sem nos oprimir.

Tecnologia a nosso favor.

Podemos pensar que a tecnologia veio pra transformar o mundo mais acelerado, multi sensorial e rápido demais para gente acompanhar. Por um lado isso é correto, nossas atividades necessitam serem executadas tudo ao mesmo tempo, o que nos dificulta e muito.

Mas aos poucos vamos descobrindo que essa mesma tecnologia pode funcionar a nosso favor. Principalmente quem tem celulares com tecnologia Android ou Iphone. Aconselho nós TDAHs a fazerem um esforço e adquirir um, nessa tecnologia existem vários plugins e facilitadores que nos ajudam muito em nossa organização.

Use e abuse de programas de lista de tarefas, despertadores, localizadores GPS com marcação de locais quando formos a primeira vez e assim marcado poderemos voltar sem se preocupar onde anotamos endereço. Mas nunca esqueçam de desligar as vezes desse mundo e nos dar o devido descanso mental, muito necessário.

Dos programas e apps que tenho visto e usado hoje sugiro dois que estão me satisfazendo e não são complicados o que nos facilita nao desistir de seu uso (no caso eu possuo celular com Android):

Minha adorada Lula Astrid:

Eu a chamo carinhosamente de Lula e converso, dou risada ela é por si muito engraçada, mas o que me atrai tanto nela?

Ela é um App Android encontrado facilmente e nada mais é que uma lista de tarefas, pode dividir em categorias, e quando insiro compromisso posso configurar horario de lembrete e assim vem o melhor: no horário combinado ela surge te lembrando e sempre de uma forma muito simpática quase impossível de se irritar de ter o compromisso. Um dia desses nos meus compromissos da manhã fui acordado assim: "Olá, que tal um café e partirmos cumprir tais compromissos" Tem como não achar engraçado? Isso é dela. e temos a opção de adiar compromisso mas outra dentro, ela volta te avisando e já te cobra "não fez neh? que tal terminarmos isso de uma vez?". Tenho além de tudo me divertido muito no meu dia a dia com minha Lulinha.

Minhas Economias:

Esse é ótimo e nada mais é que teu organizador financeiro completo, de fácil acesso e muito útil. Eu o uso salvo nos favoritos da internet e online. Mas também é um aplicativo App de fácil acesso onde estiver. Nele se insere saldos bancários  despesas, lucros e na mesma hora já é computado saldo, diagramas de receita despesa, muito bom pois minha dúvida sempre foi acompanhar o que realmente eu faturava por mês e o quanto gastava. Nele esses dados são facilmente acompanhados. Outro recurso bom é inserção de contas fixas durante os meses seguintes, quando parcela alguma compra, contas fixas mensais, e conforme vai inserindo saldos ele atualiza e conseguimos até prever se estaremos no negativo pelo próximo mês e ja se programar a economizar. Realmente um facilitador muito útil e de fácil manuseio.

Assim que souber de outros publico, andei vendo outras listas de tarefas bem legais mas só achei no Iphone, estou na luta de achar em Android, nesse que estou a procura além de tudo ele te envia um email no horário que determinar mandando tua lista do dia, ou seja, um agenda completa via email e sempre atualizada.

Síndrome das 18:30 Hrs

Como tenho lido em outros Blogs a gente acaba desenvolvendo patologias muito particulares, principalmente quando se trata do sintoma depressivo que nos acometemos quando temos o TDAH. Eu desenvolvi em mim um sintoma que tratei de colocar no título como uma patologia especifica, mas algo que no meu caso preciso investigar as causas, porquê passo por isso, mas acredito que a hora varie em outros TDAHs mas alguns desenvolvam mesmo sintoma.

Quase todos os dias chega um horário que meu peito "trava", me angustio além do suportável, sensações de peso no estomago, respiração forçada e quando vou olhar no relógio para anotar no caderno que levo as sessões de análise eis meu espanto: "o relógio está marcando 18 e 30 Hrs".

Faço uma auto análise o que poderia ter me traumatizado nesse horário e não encontro um motivo forte que justifique. Penso que seriam compromissos do dia que estão implícitos no subconsciente e que não atendi, mas minha outra surpresa, as piores crises acontecem no sábado e domingo.

Há dias que tento me policiar a não tomar Olcadil e em meia hora sintomas amenizam, mas principalmente nos finais de semana estou me obrigando a tomar senão minha vida parece sair completamente dos trilhos. Na última sessão já comentei com o Dr. e já esta anotado que devo tocar novamente no assunto, se houver alguma explicação lógica com certeza venho aqui postar e quem sabe outros que estão passando por isso consigam perceber em si as causas.

Aproveitando falei aqui e lembrei que ia comentar algo que tem funcionado muito bem na caminhada do tratamento: desde início das sessões de terapia com o psiquiatra tenho uma pasta e um caderno exclusivos do tratamento, ali sempre anoto logo que chego da consulta, a data, o que conversamos, o que ficou combinado para próxima e o mais importante, deixo ele a mão e conforme sinto algo, algum fato inesperado acontece, o que fiz para melhorar minha condição vai tudo anotado no caderno. Na sessão já nos acostumamos a destinar um tempo para ler essas anotações e discutir.

Impressiona o que vemos atraves do folhear do caderno, enxergo minha evolução no tratamento, aonde estou cometendo os mesmo erros, onde progredi, regredi. Aconselho esse exercício. Além do mais a pasta ainda guarda todos materiais de leitura que ganhei do Dr. Marcos, exames. Ta tudo ali, não me perco quando vou a consulta, só passo a mão na pasta e saio completo para análise.

Descontração do dia

Um momento leve para descontrair, não é piada, mas acho que podemos tirar boas risadas da gente mesmo e acredito que somente quem convive com o TDAH entenderá umas sacadas engraçadas que as vezes posso colocar aqui no Blog.

Sem intuito de pejorar ou nos deprimir, pelo contrário, como somos irmãos nessa caminhada rir de nós mesmos é uma forma de tornar menos difícil nosso processo de auto descoberta:

Então: Desde o início das minhas postagens tenho lido outros Blogs, adicionado os que to seguindo, e geralmente comento ou parabenizo pela iniciativa... "até agora estou aguardando resposta ou algum comentário sobre os meus comentários e nada... vamos por Ritalina ou Concerta nesses corpos pessoal! Só nós mesmos pra entender que responder algo pode ser mais lento que uma GESTAÇÃO. kkk."

Abraços a todos e um bom dia!

E Hoje?

Depois de períodos turbulentos e erros com a medicação por pura inexperiência minha aprendi lições importantes sobre a medicação psiquiátrica:

:: não existe medicamento psiquiátrico genérico, similar, de mesmo laboratório, a GRANDE verdade que o medicamento certo é prescrito com nome e sobrenome pelo médico, ou seja, o que for colocado na receita é o que vale (aprendi isso tomando medicação genérica e tendo efeitos bem desagradáveis por não ser o mesmo medicamento continuo);

:: a dosagem ajustada em terapia é a válida sempre, pensar que podemos reduzir ou quem sabe deixar de tomar um dia, só com o consentimento do médico (isto trouxe no meu caso o famoso "rebote" que me fez regredir no tratamento e procurar com urgência a terapia);

:: férias do tratamento é um período estipulado entre terapeuta e paciente, onde a medicação não pode parar, somente as visitas ao médico.

Com isso, me encontro ainda lutando pra me acertar interno e externamente, do inicio do tratamento até hoje a medicação foi sendo alterada, um processo de auto conhecimento sobre qual medicação atua melhor para minha pessoa. Descobri ainda que há remédios neutros (um grande acerto pois me livrou da culpa de um apetite voraz que estava me engordando e baixando mais ainda minha auto estima que nunca foi a melhor).

Hoje meu tratamento está baseado sobre 3 pilares: Reconter 20 mg (antidepressivo neutro que não me induz ao apetite voraz da Paroxetina, para mim o medicamento esta atuando muito satisfatório); a famosa Ritalina 10mg (meu alento do TDAH e me ajustei a tomar de 4 em 4 horas o que reduziu satisfatoriamente o custo da medicação) e Olcadil 2mg (para momentos de maior ansiedade, ele funciona muito bem para mim, tento não usá-lo como saída sempre, mas em outro post comento sobre um estado de ansiedade generalizada que o TDAH me faz sentir).

Ainda não considero que estou 100% mas isso é impossível, também não acho que estou em boa fase mesmo com a medicação, mas todo processo é lento, com o Blog estou lendo muito de outros blogueiros e descobri uma maneira fantástica de entender o que é CONVIVER COM TDAH.

E agora?

Depois de receber o diagnóstico sobre o TDAH, onde como disse meu médico "pontuou alto" o que fazer?

O que é TDAH? Como agir? Estou inválido? Nunca poderei progredir? e mais perguntas infinitas sobre algo que fui apresentado de surpresa, até então nunca tinha ouvido falar.

Na verdade a consulta inicial e todo tratamento foi dado porque estava completamente angustiado e depressivo - sintoma mais agressivo e devastador que particularmente classifico - mas algo então precisava ser feito, tudo acumulando, não sabia como agir, cobranças e dívidas explodindo. Nossa uma fase muito difícil.

O interessante nesse processo que ao mesmo tempo que surgiam milhares de perguntas outras milhares de respostas eram sanadas: minha desatenção, minha péssima qualidade de registro de informações, meu esforço em vão desde inicio da vida pra atingir uma nota 10 e me contentar com média quase sempre, apesar do esforço e das horas de estudo serem intensas.

A medicação prescrita outro susto, pois não tendo condições de render financeiramente em tempo hábil, um preço mensal de remédios muito alto. Não culpando ao tratamento, que este estava perfeitamente ajustado, mas somando as medicações e análises eram um fardo.

Ainda mais quando em família que poderia receber algum apoio o desconhecimento deles sobre o TDAH tachavam de desnecessário todo investimento e não aceitavam a medicação... eu com minhas custas bancando e ainda desacreditado por todos. Isso é um fato que me angustia até hoje. Nunca quis que passassem a mão em minha cabeça mas um "colo de mãe", um apoio afetivo de pai sempre me auxiliaria, me tiraria a sensação errônea que estava passando. Me classificava como um Ogro, um ser sem capacidade de intelecto e sem esperança alguma com meu futuro.

A rotina seguiu tempos com  medicações antidepressivas, o famoso Concerta (que desconserta um bolso) mas tenho que admitir ser impressionante seu efeito, mas no meu caso "pontuando alto" não seria o mais simples, em acordo com o terapeuta ajustamos ao máximo de sua dosagem e o valor mais alto do medicamento até que não tive mais condições financeiras de seguir todo tratamento... assunto pra outra postagem pois como eu já está um texto muito grande, se são meus companheiros de TDAH essas horas já deixaram de prestar atenção no texto e o pensamento ta em outro lugar.

Diagnóstico

Bem vindos a primeira postagem de uma Blog recém criado dirigido a vida de pessoas, que como eu, são diagnosticadas com o famoso TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH, amigos, parentes e todos que de alguma forma convivem com este diagnóstico.

Uma verdade já digo: não coloco o TDAH de doença, pois muito ao contrário, eu chamando dessa forma contribuo na discriminação de algo que não escolhemos numa prateleira de supermercado estar assim, nem achamos legal ficar colocando rótulos.

Fui diagnosticado 12 Setembro de 2009, me dando conta que esse mês fecham 3 anos que sei que convivo e que é uma luta diária pra vencer muitas barreiras difíceis, mas talvez só quem esteja passando o mesmo que eu saiba do que falo. Por isso agradeço de coração ao meu médico Dr. Marcos Ferreira que desde então me me acompanha e auxilia a entender tudo que preciso. Esse Blog é um dos resultados disso, discutir e ter o compromisso de mantê-lo foi um pedido dele e hoje estou muito satisfeito de ter uma forma de externar minhas angústias e aprender com outras pessoas em seu blogs que não estou sozinho.

Agora começa uma fase importante pra mim demorou mas finalmente entendi a forma de conseguir me entender e ajudar para que sigamos vivendo, não é portanto uma "doença" pois não mata, não deforma, apenas nos responde o que éramos antes do diagnóstico.